diluindo a confusão no ondular

O Sabor da Verdade


 "O único livro digno de ser lido, é o Coração."
Ajahn Chah

Eu gosto de mel. Tem um sabor muito característico, diferente de qualquer outro tipo de doce ou açúcar. Adoro comer crepes com mel. É incrível que esta dádiva da Natureza venha do mundo dos insectos. Normalmente quando pensamos em insectos vêm-nos imagens de moscas, mosquitos chatos, e outras coisas voadoras barulhentas e irritantes. Mas existem estes seres conhecidos como abelhas que através de um processo alquímico natural e misterioso, transformam o néctar e pólen das flores neste cremoso e delicioso liquido. É fantástico!

Não tentes perceber

As dúvidas, o incerto, as palavras
O caos, a luta, as certezas
Podemos ler, falar e pensar
Ontem e amanhã,

Mas,

A resposta, a clareza, o saber
A calma, o sorriso, o carinho
Em nós, no invisível, no sentir
Agora,

Não tentes perceber

Viajemos leves neste rio














Rostos perdidos, momentos esquecidos
Sonhos desfeitos, arrependimentos mantidos
Surgem-nos nesta viagem como poeira nos olhos
É este o nosso peso, a dor de viver
Essa sombra que escurece o íntimo

E nestas águas que navegamos
O tempo que nos devora
O silêncio que não nos ouve
O negro que não se mostra
Sempre indiferentes se mostrarão

Viajemos leves neste rio
Não dependendo, de mãos abertas
Olhando as margens, sorrimos
Ao longe, o horizonte que nos espera
Onde as sombras não existem

Uma viagem sem nome

O tempo,
Uma viagem sem nome

Por esse sopro somos cuspidos
Para uma miragem que nos separa
E nele somos levados
Para o fim que não termina
Onde a solidão que todos somos
Em silêncio sopra o tempo

Somos

Ser, o nascer contínuo
Antes do nascer, o Informe
Dessa Expressão, tu e tudo
Uma aparência
Um jogo
Um movimento
Sou Eu que danço as tuas palavras
Que as leio e compreendo
Continua Sendo
Sorrindo para o que não nasce
Ser como Eu para não morrer
Só Eu Sou

O que é Verdade?

Akhenaton, Nefertiti e seus filhos sob o Aton
Todos nós estamos aqui vivos, sem saber bem porquê nem como. Este ponto para mim é muito interessante:

Nenhum ser humano no passado, e no presente tomou a decisão de existir, nem ninguém sabe a razão deste existir, ninguém sabe o que havia antes, e o que vem depois deste existir.

Podemos claro especular muito usando esta mente, esta capacidade de pensar e imaginar. Podemos especular através da observação do que estava antes de nós, pedras, fósseis, outras formas de vida, observação do Espaço. Podemos também tentar antecipar o futuro e mantemo-nos assim mais ou menos fixados no plano material, e em "factos".

Neurónio Astronauta e o Espaço Interior













Era uma vez um neurónio no meu cérebro. Num dia perfeitamente normal, sem saber bem porquê decidiu parar com o seu trabalho e começou a questionar-se sobre quem afinal era ele, e o que é isto do "Grande Cérebro" que todos os outros neurónios falam e dizem servir.

Na sua demanda por conhecimento decidiu começar por falar com estes outros neurónios. Para seu espanto descobriu que afinal todos tinham opiniões diferentes do que era suposto estarem ali a fazer, e do que era o Grande Cérebro. Uns diziam que o objectivo principal era armazenar memórias, outros coordenação motora, outros diziam que o mais importante era manter os órgãos internos em funcionamento, outros ainda diziam que eram as faculdades intelectuais as mais importantes, e outros que não, que era a parte artística a mais evoluída.

respostas

Paralelipípedos   redondos  e     s e m í t i c o s  
apertam-me as pernas suplicando por algum sentido neste
guião tortuoso            


digo-lhes para escutarem as 
zebras
quando fecham os olhos _____________  para serem engolidas pelo leão glutão

- Sentiste uma dentada no teu
coração
s  o  n  o  l  e  n  t  o  
?

Cheiras a estrume de ovelha ignorante das loucuras desta paz natural que emana da
flllolrlelsltlal


e
por momentos sinto o abismo a invadir-me os suplícios mentais a pedirem ordem e sentido, 
para me mostrar a desordem e liberdade

estou preso neste
v
é
r
t
i
c
e
...ouch
!quero sair daqui

HA HA HA HA HA

engraçado este feiticeiro invisível!
                                                                         este maestro embriagado
lambe-me o chulé
 entre os dedos do meu pé esquerdo
e saberás o que pode ser entendido pela função da língua









Pinta-te neste quadro














Nada è verdade
A ilusão está no símbolo
Cala-te, acalma-te e sente-te... ai está o que não è ilusão
O resto è sonho, imaginação, desejo, projecções, espelhos
Esta experiência è a nossa pintura que o sentir pinta antes de, através de, e para nós
Estende-se no tempo e no espaço, em constante mudança, destruição e renovação
Loucura e sabedoria, santidade e luxúria, soldado e artista, assassino e amante
Todos num rodopio eterno e surreal
Somos só nós, esse sentir, essa pérola invisível no coração
A qual vive em nós, e na qual todos vivemos
Onde está o sentido?
Não está na tela, não está no fim, mas na dança do pincel
Dança a tua vida, fala o teu silêncio, pinta o teu vazio
E assim despertarás os sonhadores e esquecerás os sabotadores






É algo curioso

Quem voa nas aves?
Quem espreita pelos nossos olhos?
As nuvens e as nossas mentes
Carregam esse curioso sem nome

Juntos percorremos às cegas
Caminhos incertos e labirintos loucos
Perdidos e cegos, falamos e pensamos
Para no fim, sozinhos e vazios, tombarmos na lama

A brisa traz consigo um sussurro
O curioso que espreita sopra o vento,
Cria tempestades, move continentes,
Acende estrelas como lâmpadas num quarto escuro,
E as apaga para dormir

Saber do Vazio curioso que espreita antes de tombar
Preenche-me, salva-me e de perdido passo a achado
Não por mim, nem por outro,
Nem por algo que possa ser mais que o silêncio

Já não caminho na lama, no incerto louco das certezas
Mas na indiferença da nuvem que me faz chover
Para ser lama, erva, flor, árvore, pássaro, folha
Brisa, terra, montanhas, mar, silêncio

Mostra-te
Quem és tu que lê estas palavras?
Que pensas que as compreendes?
Que bem sentes que não chegam?

A Civilização, o Ego e o Medo

In Hoc Signo Vintes de Zdzisław Beksiński
Vou com este texto tentar explicar qual a relação entre a Besta/civilização, o Ego e o medo.

O que é o Ego?

O Ego é um mecanismo, ou um filtro, que a nossa mente cria para se manter sintonizada com a realidade em que vivemos. O Ego está constantemente a fazer uma censura do infinito de informação e sensações que nos rodeiam, permitindo apenas captar os sinais que estão de acordo com o nosso programa mental, ou seja, crenças, padrões de comportamento, educação, etc., que assimilámos desde o início da nossa vida, e que são muito importantes para a integridade psicológica da pessoa.

A Besta em Nós e no Mundo

Buda pacifica um elefante em fúria
Podemos sempre ver a vida sobre várias perspectivas. Se acreditarmos, qualquer uma delas nos parecerá real. Uma perspectiva interessante sugere que o pensamento e a razão humanas são uma especialização da Natureza em resposta à necessidade de sobrevivência.

A existência é um fardo enorme e pode-se tornar mesmo um inferno quando vivemos sob o peso do medo e a necessidade de defesa. Quando vemos o que o homem teve que enfrentar no início da sua caminhada é possível sentir uma certa compaixão por ele. Basta ver por exemplo a primeira parte do filme 2001: Odisseia no Espaço. O homem primitivo, como animal que era, lutava diariamente pela sua sobrevivência. De todos os lados espreitava o perigo que tanto ameaça a directiva principal presente em qualquer ser vivo: SOBREVIVER. É daqui que nasce o nosso medo.