diluindo a confusão no ondular

Por onde vamos?

Fala-se em Deus, de Amor, de Verdades, ideais, liberdade
Temos filosofias, religiões, cultos, rituais, ciências
Temos padres, políticos, generais, intelectuais, cientistas
Temos máquinas, artes, monumentos, armas
Mas não temos nada, não sabemos nada
Estamos perdidos, confusos, adormecidos
Consumimos, destruímos, matamos, mentimos

E o pior, sabemos que o fazemos e continuamos com a farsa. É preciso manter a todo o custo a ilusão de que temos controlo, de que sabemos o que se passa à nossa volta, que temos soluções para as crises dos sistemas humanos, que percebemos o funcionamento do Universo, que sabemos de onde viemos e para onde vamos, que temos Deus do nosso lado, ou para quem não acredita em Deus, a ciência, e a tecnologia, e que os sábios senhores dos bancos, dos governos e das multinacionais que comandam as nossas vidas vão resolver todos os nossos problemas. Podemos assim voltar para o conforto do nosso sofá, abrir a televisão ou o computador, e distrair as nossas consciências com qualquer forma de entretenimento que nos faça esquecer o facto de que caminhamos para a nossa própria destruição, para que por um momento possamos pensar que "está tudo bem". E fazêmo-lo com um sorriso, com um desinteresse e uma calma arrepiantes, que escondem por baixo uma angústia de não termos força suficiente para mudar e enfrentar o medo, um desprezo e ódio por nós próprios e por tudo o que é bom, real, verdadeiro, único, vivo, puro e belo: a brisa, o céu azul, a chuva, o som das ondas, das árvores, dos animais, o sorriso de uma criança, o silêncio de uma flor, a beleza de um nascer do sol, a magia de um céu estrelado, a alegria de sentir com todo o nosso ser que estamos vivos aqui, agora.

Sinto um alívio quando me lembro que somos nós que estamos em perigo e não a Terra. Tão grande é a nossa arrogância que pensamos ser capazes de destruir o planeta e os seus filhos. Apenas temos o poder de nos destruirmos a nós próprios, a isto chama-se livre arbítrio. Não se trata de salvar a Terra, mas de salvar o homem. A Terra é um organismo possuidor de uma forma de inteligência que nunca iremos compreender, vai reagir à nossa ignorância e aos nossos actos, sobreviver, curar-se a si própria, renovar-se, criar novas espécies e conservar e evoluir as existentes, as florestas vão surgir de novo, os rios e oceanos vão-se regenerar e a atmosfera vai-se purificar. A grande questão que se coloca agora é se o homem irá ou não fazer parte desse Novo Mundo. Ou paramos com a loucura ou é melhor começarmos a fazer as malas.

1 comentário:

Anónimo disse...

Devemos tentar caminhar para a transformação de seres solares…porque se esta raça humana não se transformar será substituída…não cumpriu sua missão…até as irmãs pedras do caminho tem algo a cumprir…

Fraternalmente
José