diluindo a confusão no ondular

Tejo, crepúsculo

No alto dum pinhal.
Tejo entrega-se, Atlântico.
Crepúsculo azul profundo, laranja.
Brisa de fim de tarde, aroma a pinhal.
Lamentos de pássaros, despedem-se do dia.
Sons distantes, pinhas chocalham, o mundo...

O pensamento dilui-se no ondular.
Algo se agita, um eco, um alcançar.
Luz, barco de pesca.
Memórias despertam, caras, lugares, dança irrequieta.
Desvanecem, uma ausência...

Um silêncio gentil sussurra.
Viagem sem nome, o seu fim.
Noite aproxima-se, uma presença.
Já aqui está, sempre esteve...

A ternura de um adeus.
Aos que amei, momentos felizes, tristes, esquecidos.
O deixar-me ir...

O olhar turva-se num sangrar.
Acolho-a, abraço-a, deixo que me abra...

A primeira estrela...

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